Muitas pessoas me perguntam se utilizei agência de intercâmbio e como foi o processo de visto para vir estudar na Nova Zelândia. Geralmente, não gosto muito de falar sobre o assunto, pois não tenho boas histórias para contar sobre isso. Entretanto, depois de ouvir essa semana uma história semelhante à minha, resolvi contar aqui como foi o meu processo de visto de estudante para que outras pessoas possam ser precaver e não terem os mesmos problemas que tive.
Diferentemente da escola de inglês, escolhi a agência de intercâmbio aleatoriamente. Apenas pesquisei um pouco para saber se não havia pessoas reclamando sobre os serviços dela, e como não encontrei nada significativo fiquei com a primeira opção que encontrei: a Nova Zelândia Brasil (S7 Study)
Durante o processo de planejamento do intercâmbio fui muito bem atendido pela minha consultora. Apenas não ficou muito claro desde o início a questão de comprovação de renda de seis anteriores à aplicação do visto, e isso complicou demais a minha aplicação. No entanto, lembro-me que a Gabriela fez tudo o que podia para encontrar uma alternativa diante da minha situação.
Inicialmente minha viagem estava programada para dezembro de 2017. Mas, como eu não tinha um financiador e não consegui comprovar renda conforme solicitado pela imigração, tive que adiar para o início de maio de 2018.
Neste meio tempo minha consultora de intercâmbio mudou e, conforme orientação recebida por e-mail, providenciei a documentação necessária e marquei o raio-x do tórax com o Dr Ib Waldemar Andersen.
No dia marcado fui até o consultório e a secretaria me disse que na verdade eu faria o raio-x em outro lugar bem longe dali, no hospital Fleury. Já vou adiantar aqui que nunca vi a cara desse Dr Ib.
Fiz tudo conforme me orientaram e minha aplicação do visto de estudante foi realizada em março. Porém, a imigração não aprovou por que no laudo da radiografia informava que eu tinha um nódulo no pulmão esquerdo(!). Como assim!? Um coisa grave dessa e ninguém reparou? Bom, se reparou não deu a devida importância como deveria, pois, isso gerou um problema “pika das galáxias” pra mim.
Neste momento então eu tinha dois enormes problemas. Primeiro: quase morri do coração ao saber que eu tinha um nódulo no pulmão; segundo, a imigração solicitou uma investigação mais aprofundada do caso, mas agência de intercâmbio não sabia o que fazer e a secretaria do Dr. Ib Waldemar menos ainda. Questionei os dois lados sobre o que eu deveria, mas um empurrava para o outro o problema dizendo que não era com eles que resolviam essa questão.
Conclusão: paguei uma fortuna para a agência e para o médico e eles não sabiam como me ajudar.
Fiz então o que achei mais sensato de acordo com o que entendi do e-mail da Imigração. Fui a um pneumologista e realizei novos exames, pagando novamente consulta médica, raio-x e despesas com a viagem até São Paulo. Expliquei exatamente o meu problema para o pneumologista e ele fez um novo laudo (em inglês) que enviei por e-mail para a Imigração da Nova Zelândia. Adivinha o que aconteceu? É óbvio né!? A Imigração não aceitou e o idiota aqui gastou dinheiro à toa.
Nesta altura já faltava menos de um mês para a viagem e ninguém sabia me dizer o que eu deveria fazer para resolver essa questão com a Imigração. Fui então diretamente no hospital Fleury onde fiz a primeira radiografia e implorei para que alguém me ajudasse a resolver meu problema. Depois de muita insistência (e choro) o médico responsável pela radiologia aceitou parar o atendimento dele para refazer o meu exame. Obviamente que não havia nada de errado nos meus pulmões e ele teve que fazer uma errata no resultado do laudo que apontava o nódulo. CA-RA-CA!!!! Por que ninguém me disse antes pra fazer isso!!!!!!
Finalmente o problema foi resolvido, mas aí já era tarde demais. O visto não saiu a tempo e um dia antes a agência desmarcou a minha viagem e aí começou uma enxurrada de novos problemas.
Não era mais possível trocar a minha passagem pela LATAM. Dessa forma, tive que comprar uma nova passagem e solicitar o reembolso da primeira que, segunda a consultora da agência, seria em até 90 dias. No entanto, já se passaram mais de 120 dias e nada do meu dinheiro na minha conta. Já dei por perdido este dinheiro, pois já cansei de ficar cobrando e não sei mais a quem recorrer.
A acomodação estudantil sugerida para mim, creio eu que seja parceira da agência de intercambio, me cobrou duas semanas de multa por ter remarcado a minha estadia (NZD 360). Paguei essa acomodação um ano antes, e mesmo assim tive que pagar essa multa exorbitante por causa de um problema que não foi minha culpa.
Na época eu estava tão frustrado com possibilidade de não conseguir fazer meu intercambio que nem pensei direito, mas hoje vejo o quanto essa multa foi excessiva e a agência simplesmente ligou o “f*da-se” para mim. Afinal, eu já havia pago tudo mesmo né? Pra que se preocuparem com isso.
Somente nestes dois itens (passagens e acomodação) calculo um prejuízo de R$ 6 mil. Sem contar outros gastos e os reajustes que tive que pagar como do seguro saúde que, nesse caso, compreendo que realmente não havia nada que pudesse ser feito.
Detesto fazer isso, mas é inevitável a comparação com as agências dos meus amigos aqui. Desde o primeiro dia a agência deles perguntam se eles estão bem e se estão precisando de alguma coisa. Inclusive, uma amiga que chegou no mesmo dia que eu teve ajuda de um representante da agência para abrir conta no banco e solicitar o IRD dela.
Enfim, algumas conclusões sobre minha experiência com a Nova Zelândia Brasil (S7 Study):
Tive que engolir altos prejuízos financeiras causados por más decisões que, talvez, poderiam ser evitadas se eu fosse melhor orientado.
A Nova Zelândia Brasil fez apenas o que foi sua obrigação como agência de intercâmbio. Não posso dizer que não foi cumprido o que estava em contrato, mas passou muito longe de prestar o serviço que eu esperava de uma agência. Sendo assim, não recomendo de forma alguma os serviços dessa empresa para o seu intercâmbio.
Atualização em 09/10/2018: Finalmente o reembolso da passagem saiu!!!
Este artigo foi escrito por Júnior Gonçalves e apareceu primeiro em http://www.neuronio20.com