Diferentemente da maioria não sou o tipo de pessoa que gosta de fazer festa de aniversário ou comemorar a data de alguma forma. Entretanto, todo ano eu fazia algum tipo de celebração para agradar a(s) minha(s) mãe(s) que ficavam muito felizes em fazer, no mínimo, um bolo de chocolate para comer com a família e amigos.
Não que eu não goste da data em si, muito pelo contrário. Utilizo o dia do meu aniversário como um momento de reflexão para avaliar o progresso da minhas metas pessoais e profissionais; além de me presentear com algum mino que eu acredite que mereça pelo resultado dos meus esforços.
O que não gosto no meu aniversário são das convenções sociais de relacionamentos rasos. Por exemplo: uma pessoa “X” passa um ano inteiro sem lembrar que você existe, e por “coincidência” do destino no dia do seu aniversário ela aparece para te desejar parabéns! E é pior ainda quando os parabéns vêm acompanhado de um presente que você sabe de que na verdade essa pessoa “X” te deu apenas para mostrar para outras pessoas.
Outra situação muito recorrente deste comportamento são as pessoas que só lembram do seu aniversário e, consequentemente de você, por que o Facebook notificou que um dos seus 957 “amigos” está fazendo aniversário naquele dia.
Por essas e outras razões parei de ficar preocupado em lembrar a data de aniversários das pessoas com as quais me importo, se alguém é importante para mim ela vai saber em qualquer dia do ano através uma mensagem por zap, um bate-papo no telefone, uma visita em sua casa, ou simplesmente um “bom dia” sorridente.
No último ano tive a oportunidade de verificar a quantidade de relacionamentos rasos que eu possuía. Por razões que não vem ao caso agora mencionar, fiquei muito tempo recluso e quase não saía de casa, com exceção, é claro, para ir trabalhar. Este período de reclusão aliado ao fato de que deletei minha conta do Facebook, me fizeram perceber quais laços de relacionamentos meus são verdadeiramente fortes, pois no dia do meu aniversário no ano passado pude contar nos dedos de uma mão as pessoas que lembraram e/ou mandaram alguma mensagem.
Por uma infeliz coincidência, todos meus familiares de casa estavam viajando neste dia que era um sábado. Dessa forma, passei o meu aniversário sozinho abraçado com uma “Bacardi”, e acordei com uma garrafa vazia que transbordava de remorso. Não que eu me importe que lembrem do meu aniversário, pois, como eu já disse, prefiro que se importem comigo em qualquer dia do ano, mas os “turistas” que outrora apareciam, dessa vez me presentearam com prazer da sua ausência. E espero que continue assim a partir de agora.
Apesar de estar morando no momento em um país sensacional como a Nova Zelândia, este ano também não fiz nada de especial para celebrar o meu aniversário. Entretanto, nos últimos meses ganhei alguns presentes extraordinários que seria impossível de explicar em palavras a sua importância e significado.
As fotos a seguir representam pequenos momentos felizes com pessoas que foram importantes na minha vida no último ano. Cada foto tem o seu mistério e, provavelmente, pouquíssimas pessoas vão entender o que há nas entrelinhas de cada foto, mas é justamente aí que estão o grande X da questão.
Este artigo foi escrito por Júnior Gonçalves e apareceu primeiro em http://www.neuronio20.com