Há alguns anos, quando não se sabia dos malefícios causados pelo tabaco, fumar era chique, sinal de status na sociedade. Foi assim que nossos pais e avós começaram a fumar. Hoje sabemos de tais agravos, mas mesmo assim muitas pessoas continuam fumando. Por quê? Porque a indústria do tabaco mudou de estratégia.
A indústria do tabaco sabe que os adolescentes ainda não têm o córtex pré-frontal (área do cérebro responsável pela tomada de decisões de forma madura e sensata) plenamente desenvolvido (isso ocorre por volta dos 24 anos de idade, variando de pessoa para pessoa), e por isso são mais sujeitos a decidir sem pensar nas consequências. Por isso, hoje, a indústria do tabaco tem como principal foco os jovens de 15 a 24 anos.
E como atrair os jovens? Fazendo campanhas publicitárias onde jovens descolados aparecem fumando; patrocinando festas nas quais modelos bonitas e rapazes “sarados” e bem vestidos passam oferecendo cigarros gratuitamente, como um aperitivo; colocando os cigarros à venda ao lado de balas e chicletes, com embalagens coloridas e chamativas. E isso tem funcionado, infelizmente.
As campanhas que retratam os malefícios do tabaco (que está presente também no narguilé, no cigarro de palha, no charuto, etc, tão nocivos quanto o cigarro) não assustam os jovens, devido à imaturidade do córtex pré-frontal, que já expliquei anteriormente (fica aquela ideia de “isso nunca acontecerá comigo”; “não me importo”, etc).
Então, como impedir que cada vez mais jovens sejam enganados pela indústria do tabaco? Lutando para que cada vez mais o uso do cigarro e a propaganda sejam proibidos, através de apoio a entidades de combate ao tabagismo (a ACT é uma delas, e tem uma petição pela regulamentação da lei 12.546/2011, que trata da proibição de publicidade de cigarro em pontos de venda e dos ambientes livres de fumo – porque apenas áreas para fumantes não adianta, a fumaça tóxica do cigarro atinge os outros ambientes).
Se a sociedade somar forças, aos poucos podemos vencer a guerra que travamos contra esse inimigo silencioso, mas perigoso e mortal, que é o tabaco.
Este artigo foi escrito por Júnior Gonçalves e apareceu primeiro em http://www.neuronio20.com